A felicidade (notas de Livro)

Por Augusto Cury
Livro: "Você é insubstituível"

Algumas pessoas creram que poderiam cultivar a felicidade em laboratórios. Isolaram-se do mundo,  baniram as pessoas complicadas de sua história e as dificuldades de sua vida. Gritaram: "Estamos livre de problemas!" Mas a felicidade sumiu e deixou-lhes um bilhete: ""Eu aprecio o'cheiro'de gente e cresço em meio aos transtornos da vida."

Menos é mais

Analisando a bagunça do meu quarto dou-me conta que a culpa disso tudo é do acúmulo de coisas que não uso.  Lembro-me de minha estimada avó materna, que guardava cada coisinha mais insignificante, e nesta época, observando sua atitude, achava aquilo um desperdício de espaço e de ordem. Pensamento de criança, que tem uma vida inteira pela frente e que todas as lembranças são fumaça que se desfazem no ar. Minha vó guardava pedacinhos de sua vida. Os anos vão passando e os detalhes vão se tornando mais importantes e ricos de memórias. Envelhecer é ter memória! Mas, convenhamos, nada de torna-se bagunceira!
Vou dar um jeito no meu quarto hoje!

Sentidos

Tem tato ,o friozinho da tua boca
Sabor, a acidez de tuas frases
Tem cheiro o veneno que exalas
E cor o negro de tua alma
Eu escuto e estremeço todas as tuas intenções.
Maldade.

A namorada (por um homem provinciano)

Achei este texto num blog de uma amiga das antigas (F.M. ), e achei muito bacana, inteligente e sarcastico. Vai ai como obra de alguem que tem uma letra torta de tanto escrever e uma linguagem singular:

A namorada (por um homem provinciano)


F.M.(Pseudo Daniela Franco)

A namorada é a moçoila educadinha que fala bem,
se porta bem e fode direitinho.
Tem que ser bonita se quiser sair com ela.
Mas se for feinha ou gordinha,
com tanto que não seja muito, tudo bem,
se ela fode bem!
A gente sai sozinho com os amigos
e faz programas "de casal" só pra agradar a minha prenda,
de vez em quando.

A namorada é só sorrisos, que linda abnegação!
Da forma que deve ser uma mulher bem educada,
para não fazer feio no meio das pessoas.
Essa sim sabe como se portar,
sempre calada e bem sentada.
Difícil mesmo é quem não note, difícil não elogiar:
"amigo você tem sorte, arranjou uma boa namorada",
"e eu que achava que mulher assim não existia".
Pois é, você não conhecia a minha namorada!

A namorada é bem prendada:
cozinha, lava, costura, borda, gosta de leituras e fala muito bem,
com uns poucos escorregões no português,
defeito de suas viagens,
e por facilidade de pegar alguns sotaques,
mas passa despercebido com tanta virtude junta.
É uma moça viajada e aculturada,
conhecedora do país,
mas é simples e sutil, se eu não falo nem se nota
suas andas no Brasil.

A namorada, qual o nome?
Namorada de Fulano
Namorada não tem nome, é prorpiedade de alguem
meu chaveirinho, meu bichinho de estimação
Namorada é um título honra, minha gueixa oficial

A rotina das coisas que não gosto

Rotinas são inevitáveis. Para nos mantermos vivos - biologicamente falando - precisa-se de uma repetição de atitudes, horários e escolhas: hora para dormir, fazer as refeições diariamente, tomar banho. Além destas existem as rotinas familiares e sociais: Aniversários para ir, telefonemas para dar, pessoas com quem se preocupar e que você deve permitir que se preocupem com você.

As rotinas são a ordem da nossa vida, como uma planilha do Excel que organiza nossas contas e compromissos. Porque uma vida sem ordem pode ser até almejável, mas é, com certeza, utópica. E, por mais anarquista que pareça ser a busca pela liberdade, o preço por ela é se responsabilizar pelas nossas escolhas.

No entanto, existem rotinas que de repente me pergunto o motivo de segui-las? Aquela das mesmices, das conversas enjoadas, das músicas repetidas, das pessoas nem um pouco agradáveis, mas que mantemos no nosso dia a dia. Por quê? Porque aquele bar de novo? Porque aquelas mesma pessoas que nem amigos de verdade são? Porque aquele mesmo estilo de música, aquela mesma sequência? Fazer isso de vez enquanto, só pra contraria, tudo bem, mas porque permitimos que estas coisas se tornem rotina e se repitam dia após dia, roubando nossa juventude e gastando nosso tempo, nos envelhecendo mais rápido?

Lembrei-me que faz tempo que não ando de bicicleta, ou não escuto uma musica nova, ou não conheço pessoas novas. Faz tempo que a paisagem não muda nem ao menos de cor. Quando se esta fazendo o que se gosta, repetir se torna um ritual, e ritual é diferente de rotina, porque rememoriza um algo bom e gostoso de viver.

Queria andar na Beira Rio num fim de tarde, sentar e esperar o sol se pôr, e fazer disso um ritual que lembrasse uma amiga do passado que se foi muito jovem e que adorava fazer isso. Ou tomar um sorvete, ou andar de patins que é algo que não sei fazer, mas sempre quis aprender.

Porque não faço o que quero? Às vezes penso que por educação, às vezes sei que educação é realmente o motivo, às vezes para fazer alguém feliz (nessas vezes, e só nessas vezes o sacrifício vale a pena). O problema é quando, para fazer alguém feliz, essas coisas tornam-se rotina,e repetimos  demais o que não gostamos e vivemos a vida dos outros, vendo os dias nascerem e morrerem em tons de cinza.