Preciso me encontrar (Cartola)

(Proponho um brinde a eterna busca por si mesmo)


Preciso me encontrar(letra)
                                Cartola

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Ah!

Ah! Este gosto na boca
Tem sabor de agora
Sou livre
Ah! Estas asas que nascem
Elas me fazem voar

Ah! Se pudesse falar
Explicações eu não teria
Que as palavras são poucas
E parcas também

Ah! Este nó na garganta
E este sorriso no rosto
De todos os ferros
Quebrados

Ah! Esta leveza na alma
Este brilho nos olhos
Esta clareza no novo
Caminho...

Ah! Então é assim?
És tu que enfim tocas em mim?
Rasgando cadeias?
Abrindo prisões?
Liberdade

Bem me quer

Queira Deus que queria bem
Queira tudo que meu mundo não retém
Queira a paz, queria vida
Queira-me mais apetecida!

Que me tenhas de ninguém
Nas branduras que mantém
Capaz, fortalecida
Queira que me queiras toda vida

Case teu desejo reservado
Com meu anseio tão contrariado
Das venturas incontidas
De cobiça por ter-te havida. 

Lolita

Dissimulações desmedidas
Gabas das matérias desmerecidas
Imaturas decisões
 Cânticos noturnos escandalosos
Entremeios mentirosos
Cortes doces e perversões
Ô menina,porque?
Carne fresca envelhecida
Nos lençóis...

Resígnio

Tempestade de câmbios
Temporal de surpresas
Deixo que tudo suceda
Permito o vento seguir
E levar o que tiver que ir

Andando em caminhos
De asfalto quente
Não troco a grama no pé
Pela areia do mar
Mas vou e deixo que vá

Que venham as ondas violentas
Levem-me ao mar azul profundo
Já não inflijo resistência
Deixo-me a tua penitência
Aceito sem esbravejar

A amizade

 
 
Há um tempo um amigo me disse o seguinte: “Ás vezes estar perto não é estar ao lado, mas estar do lado de dentro” (L.W). Isso norteou a grande maioria das minhas amizades, já que meus tesouros estão espalhados mundo a fora literalmente.

O amor de amizade sempre teve uma grande influência naquilo que fui e sou, ele me faz mudar, me transformar no que nasci pra ser. Meus melhores momentos eu passei ao lado de amigos, as conversar mais profundas foi com eles que travei. A eles sempre dei o melhor e o pior de mim e é através destes olhares que me descubro sempre.

Outra amiga, que está do outro lado do oceano, me disse uma vez que só se chama de amigo a quem já compartilhamos uma saca de sal. Esta frase tem muitos sentidos, mas o mais denso está no tempo que se leva para chegar a comer esta quantidade de sal, e isso me fez entender que não se chama de amigo a pessoas que conhecemos há alguns meses, ou que, embora conheçamos há certo tempo, não convivamos o suficiente para partilharmos a mesma mesa, farta ou pobre.

A amizade cresce na convivência, no conhecimento e na aceitação das diferenças, cresce nas dificuldades e nas alegrias partilhadas. Não existe amizade que nasceu de um dia para o outro, embora a afinidade possa surgir a qualquer momento. Por este motivo,  o tempo dedicado é fundamental para que tal amor crie raiz e se aprofunde.

Hoje, redescobrindo e recriando quem eu sou, não posso fazê-lo sem o espelho dos olhos de meus amigos. Alguns tão longe, outros por perto, alguns nascendo agora, nas surpresas de cada dia, como projetos de grandes amizades.

A todos vocês que chamo de amigos, e aqueles que projeto esta possibilidade, meu obrigada!

Eu amo vocês na medida em que eu posso amá-los hoje...


Meus momentos, meus tesouros
Cores, sabores, toquei novamente
Coisas que o tempo não leva
Raízes profundas dentro da gente

Minha doce terra mãe
É coração de meu amigo
Toquei a tua afinidade e sei
Estarei sempre contigo

Colcha de retalhos


Fragmentos de outros
Pedaços
Das ideias e dos conceitos
Cacos
Nada de mim expressas
Bocados
Dos brocados costurados
Quase forçados
Com certeza
Falsos

Selo

Recebi este selo de Camila Karina, poetisa, jornalista e blogueira, que escreve suas pérolas em Paralelos do Cotidiano. Adorei! O problema agora é indicar blogs, já que conheço poucos e alguns já possuem o selo. Mas vai lá, por merecimento, alguns serão Bi! rsrs..

Secando no Varal da Rafa
Matando Carpinejar de Cínthya Verri
Amapázonia do Graci
Ideias do Jeca-tatu do Ivan Carlos

Lembranças

Aquele inquilino que mora em mim
Hospedeiro inquieto
Bagunceiro insurrecto
Sacode a poeira dos cômodos
E deixa a poeira no ar

Abrindo gavetas
Revelando segredos
Lendo as cartas antigas
Fazendo sangrar
Lembranças me deixem em paz

Vodka

Dos sentidos a lucidez
Espaça
Abafa os casos alucinados
Ao acaso da desculpa
O álcool
Quem viu esquece
Não tem por que lembrar...