Conto de UMA noite de verão

Ela era linda. Nem magra nem alta demais. Simplesmente na medida. Tinha cabelo mutante, já foi ruiva, já foi lora, agora ia de castanho bem escuro, pra contrastar com a cor da pele, dizia ela. Tinha estilo próprio de vestir, suas roupas significam ela mesma, nada de modismo nem de rebeldia.

Ele era lindo. Moreno cor de canela. Olhos vivos. Corpo normal, nem magro nem gordo, apenas normal. Engraçado e elegante, cativava com muita facilidade. Vestia-se conforme o ânimo do dia, oras bem sertanejo oras bem “garoto mal”. Andava a vontade por ai, cercado de amigos e “amigas”.

Eles eram lindos. Mas incompatíveis, totalmente conflitantes. Ela, uma princesa estilosa, ele um play boy. Ele era dance, ela era cult. Portanto, eles jamais frequentariam o mesmo lugar e jamais iriam se encontrar. Mas o mundo adora piadas de mau gosto, e voilá, se topam, se encostam e se enrolam todos. Pense na confusão!

Ela queria vodka, ele cerveja, era queria bar, ele radinho a pilha. Ela queria ficar, ele queria fugir. Mas no final das constas alguém sempre cedia em algo, e eles iam seguindo madrugada a dentro. Fazendo seus acordos e assinando conciliações. Mas uma noite dura pouco, dura até o raiar do sol. E casal inusitado de repente amanheceu. Cada um foi pro seu canto. Seguiu.

Porquê? Este é um conto de UMA noite de verão.

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